segunda-feira, 30 de março de 2009

*CONFUSÃO*

"Confusão inconfundível

Pergunto-me todos os dias

Se há um caminho definido...

Às vezes me sinto como uma semente enterrada,

E que da terra não sairá nada.

Gosto quando o vento beija meus cabelos,

Sinto que estou assanhada.

Para mim descabelada,

Combina com ser amada.

No silêncio do meu fone,

Não escuto o telefone,

Me desligo do meu nome,

Hoje esqueci até meu sobrenome!

Meu corpo se esquece,

Que meu coração adoece,

Se a alma não enobrece,

A alma cansa se o coração amansa...

No ritmo da dança crio meu passo,

Sigo harmoniosamente meu compasso.

Minha sabedoria caminha,

Onde se perde a linha.

Começa quando escurece,

Termina quando amanhece.

Ninguém se pergunta mais:

Quem eu sou?

Onde estou?

Ou

Por que a planta cresce?

Por que o céu padece?

Sofrimento absurdo,

O mundo parece-me mudo...

O que você fez?

Lembra alguma vez?

Mundo produto...

Onde foram parar seus frutos?

Semente de cimento,

Não balança no vento,

Desenvolve sem pensamento.

Isto está certo?

Sinto arrepiar a alma,

Meu instinto pede calma,

Solto a minha arma...

Viver sem medo,

É como experimentar um brinquedo,

Se esquece do tempo,

Pensando só no momento...

Para que tanto armamento?

Por você eu só lamento...

Me arrisco em uma trilha sem rota,

Em minha busca não quero achar a porta,

E se para ser feliz precisa de guia ou de cota,

Me enterrem, pois já estou morta!."

(Julieta Menezes)

sexta-feira, 27 de março de 2009

*Capa da VEJA (20/10/2008) - BELEZA*

Recentemente a VEJA estampa como assunto central, logicamente se torna a capa, a questão da BELEZA.

A VEJA vem ressuscitar a teoria de DARWIN e seus estudos sobre evolução da espécie (seleção natural).

Esqueça aqui as assimetrias e simetrias darwinianas, te pergunto:

O QUE SERIA DOS PERFEITOS SEM SUAS IMPERFEIÇÕES?

"Confesso que tento todos os dias vencer a monotonia

da beleza padronizada nas capas de revistas,

se transportando do papel para a minha vista.

NÃO SABIA?

Beleza agora se compra,

se negocia

se universaliza.

Beleza = Rótulo

É como a COCA-COLA,

se compra e põe na mesa.

Confesso o meu interesse em me desinteressar

por todos BOBS e BARBIES que cruzam pelo meu caminho todos os dias.

Pensamento fútil,

corpos infláveis

personalidades acabadas(personagens).

   

Não gosto dos perfeitos

Não gosto do pronto

Não gosto do acabado

   

Não tenho interesse em apontar as imperfeições nos perfeitos,

mas de me inspirar nas imperfeições como um ser PERFEITO.

   

Gosto dos tortos

Gosto da dúvida

Gosto do inacabado

   

Procuro enxergar o BELO

nos galhos tortos,

nas folhas secas,

nos frutos amargos

nas formas incertas.

Procuro enxergar o BELO

no conto que não é de fada

no ballet que não é do cisne e no príncipe que não é encantado

Procuro enxergar o BELO

no caos do sistema

na discussão de um problema

no aparecimento de um edema...

O BELO se encontra todos os dias estampando as nossas ruas,

as avenidas,

as nossas casas

as nossas caras.

PORTANTO...

O BELO não se encontra

nas bancas de revistas,

nas telas do computador

muito menos nos artistas.

O BELO se encontra

em mim

em você

na vida

no mundo

não é difícil de entender."

( JULIETA MENEZES )

quinta-feira, 26 de março de 2009

*ANJANA*

" Sou a fada da terra mágica

Minhas asas são fúcsia

Exala perfumes silvestres

Nasci no mês de maio

Vivo nas florestas e bosques

Adoro terra e água

E sempre estou encantada

 

Sou ANJANA

Sou DOCE e BONDOSA

Sou BRANCA e CHEIROSA

 

Sou a fada pequenina

Meus olhos são castanhos

Meus cabelos solares

Me alimento de frutas e sementes

Não como animais

Aliás, adoro os animais

 

Sou ANJANA

Sou DOCE e BONDOSA

Sou BRANCA e CHEIROSA

 

Adoro o sexo masculino

Adoro os meninos

Consolo os desamparados

Enxugo as lágrimas dos desabrigados

Danço sob a luz da lua cheia

Minha túnica é branca e transparente

Meu corpo é puro e quente

Meu espírito incendeia

 

Sou ANJANA

Sou DOCE e BONDOSA

Sou BRANCA e CHEIROSA

 

Acordo pelo dia

Ao nascer do sol

Canto boas melodias

Giro com alegria

Converso com as flores

Elas me compreendem

Na primavera danço até o amanhecer

Espalho pétalas de rosas só para você

Sou Anjana

Sou imortal

Minha força é mágica

Minha inocência castra

 

Sou ANJANA

Sou DOCE e BONDOSA

Sou BRANCA e CHEIROSA

 

Não posso me apaixonar

Sofro restrições

O castigo em mim irá ficar

Caso eu venha amar

Em meu coração

Brotam gotas de mel

Tão doce

Que sentirás o céu

 

Sou ANJANA

Sou DOCE E BONDOSA

Sou BRANCA e CHEIROSA".

 

Julieta Menezes

domingo, 22 de março de 2009

*Justiça*(Escrito por Vanessa - aluna do curso de Ed. Física)

Vanessa - Aju, 08.03.09:: Este texto foi escrito após uma notícia desagradável esta noite de domingo, fiquei muito triste, também pelos meus avós que estavam bastante abalados, ao saberem da mulher que assassinou o filho dia 21 de fevereiro de 2008, que estaria morando perto da casa deles e até hoje nenhum providência foi tomada:: "Para que há justiça neste país sem escrúpulos, onde tudo aumenta de preço e perigo, quando uma pessao mata outra, viveem liberdade, passeando como se nada tivesse acontecido...E que pessoa é essa?Será que o país ajuda no dia-a-dia desse tipo de gente?Quantas destas estão soltas por aí?Será que é possível fazer um "futuro final" diferente,signo destas pessoas que morreram?" *EU QUERO JUSTIÇA*

terça-feira, 17 de março de 2009

*ASSALTO*(14/03/2009)

"Hoje eu fui assaltada,

não gosto desta palavra,

é conveniente demais para o meu sentimento de hoje...

Quem inventou esta palavra

estava equivocada...

Na verdade eu fui foi roubada,

Me sentir esvaziada

Não levaram somente a minha identidade

Mas todas as minhas verdades...

Não foram sós os documentos,

Mas literalmente meus pensamentos...

Roubou minha semana,

minha tranqüilidade,

meu sossego,

minha inspiração ...

junto com toda respiração...

Levaram embora minha ausência de questionamentos,

minha ingenuidade,

leveza e coragem,

estou sentindo o chão,

nunca fiquei tão próxima da contramão,

nem sei o que dizer nem o que pensar,

só queria o tempo parar...

Meus pertences não tenho pretensão de resgatar,

já as minhas certezas quero novamente poder sonhar,

No labirinto não alcanço a reta e a curva

está ainda mais incerta,

tenho medo de dormir,

fechar ou abrir?

Não sei.

Hoje ficarei por aqui...

Já prestei a queixa,

mas o que ele me deixa?

A certeza que vivo no caos,

não quero ficar a vida toda subindo degraus...

Hoje ficarei por aqui...

Mas tudo que mais quero é :

Partir...

Sair...

Amanhã sei que aqui não mais estarei

O universo simples 'eu' serei,

E neste acontecimento não mais pensarei..." (Julieta Menezes)

 

Obs: Este texto não é uma invenção, muito menos uma ficção, realmente fui assaltada e tudo que escrevo é sentido, vivido e escrito.

Alguns estão aqui, outros estarão por vim e ainda muitos guardo só pra mim...

segunda-feira, 16 de março de 2009

*Na bondade dos meus dias...(capítulo 1)

"Na bondade dos meus dias,

encontro a beleza infinita,

nas minhas estradas tortas e curvas,

me perco no caminho da vida.

Está perdida no caminho é como enxergar vários horizontes cruzando sobre céus,

é como nadar em um oceano sem ritmo,

sem correntes,

sem direções.

 

 

Na bondade dos meus dias,

danço uma melodia sem compassos e sem sentir meus passos,

começo a voar ...

logo distante eu me encontro,

em cima de uma árvore à noite,

a te esperar!

Galhos retorcidos,

contornos indefinidos,

borboleta colorida pousando a te encontrar.

 

Na bondade dos meus dias,

meus sorrisos se estendem,

correndo pelo ar em uma velocidade que chega a brilhar!

E até a incomodar!

Incomodo porque ignoro o olhar dos maus,

da inveja, do egoísmo, do que se diz correto.

 

Na bondade dos meus dias,

meu corpo traduz o sentimento,

escorregando gotas de compaixão,

para que ter razão?

Meu pensamento é apenas mais um sentimento

ao universo agradeço todos os dias pelos meus momentos.

Meu coração pulsa em uma batida frenética,

encosta teu peito no meu e sentirá a minha verdade.

 

Na bondade dos meus dias,

Sou apenas "eu"

Sou apenas "você"

Sou apenas "nós"."

(Julieta Menezes)

*Na bondade dos meus dias... (capítulo 2)

"Na bondade dos meus dias,

não compreendo a tortura de um ideal

inexistente e acabado,

olhos desconfiados e corpos amedrontados.

Não tenho medo do que

os meus olhos não enxergam,

do que minhas mãos não alcançam e do que meu corpo não percebe.

Tenho medo é do que vejo todos os dias na minha cara, vegetais se fingindo de gente e mortos passeando como vivos.

Na bondade dos meus dias,

tenho medo do que chega aos meus ouvidos,

palavras cada vez mais xerocadas que mais parecem cuspes escrotais.

Tenho medo do que me toca ,

corpos mudos desfilando o nu, corpos visíveis sem pudor e cheios de dor.

Corpo meu é santuário sagrado indizível e invisível aos que tudo olham.

Se esconde no meu corpo aquele que nada quer vê,

porém vive para viver e não para morrer.

Na bondade dos meus dias,

lamento as vidas corretas e com percursos definidos,

lamento por aqueles que não se perdem,

lamento pelos que lamentam.

Procuro pelos incuráveis e incansáveis,

que sentem o sentido, que enxergam pelos ouvidos, que falam através dos poros e que escutam pelas artérias.

Não posso parar...

Não posso chorar...

Estou sempre a buscar...

Estou sempre a amar...

Julieta Menezes

domingo, 8 de março de 2009

*Na bondade dos meus dias…(capítulo 3)*

   

"Na bondade dos meus dias, observei a lua nascer, sinto uma vontade de morrer só para renascer e nascer em uma humanidade mais humana. Estou cansada de gargalhadas engasgadas, de lágrimas insossas e sentimentos de cimento. Estou cansada da poeira que cega os olhos que de tudo quer ver, dos braços que nada têm a oferecer e dos lábios que não têm nada a dizer. Estou cansada do tempo, do fragmento, do prazer em ter desprazer e da multidão que não passa de Adão.

Na bondade dos meus dias, o sol reflete o meu ser e ainda estou, a saber, como neste mundo eu irei viver? Sofro no meu abrigo pelo desabrigado, sinto indigestão pensando naqueles que nem sabem o significado de "digestão", durmo com insônia tentando descobrir respostas sem portas. Sonho com mais braços para mais abraços, "Shiva" me acolhe e eu? O que faço?

Na bondade dos meus dias, existo em um espaço inexistente, me esforço para respirar um ar irrespirável, me afogo em um oceano vazio. Velas estão acesas, corações em cima da mesa. Não tenho fome. Nem sei qual é meu nome. Hoje estou sem pele, meu sangue escorre nas verdades ocultas que ninguém quer enxergar. Hoje não quero pensar, apenas derreter para desaparecer. Hoje não quero ficar, vou partir... Sair daqui.

Hoje vou voar, vou até a lua e com ela chorar.

 

Hoje parei...

 

Hoje não sei...

 

Hoje me atirei..."

 

Julieta Menezes

domingo, 1 de março de 2009

*Na bondade dos meus dias… (capítulo 4)

quadroFotos-49ab308d892eb

Na bondade dos meus dias, tenho vontade de gritar ‘CARALHO’ para o mundo acordar.

Abram os olhos e esqueçam a retina.

Olhos famintos te apontam todos os dias e o que você faz além de enxergar sua imagem no espelho?

Sintam com os poros, enquanto você passa protetor, milhões de pessoas estão sendo mortas pelo mesmo motivo: MELANINA.

CARALHO…

Se desapeguem das cores

Se desfaçam dos sabores

Inspirem os odores que a ‘humanidade’ exala de tanta miséria.

Ainda querem ser chamados de HUMANOS?

Pequenos vermes que rastejam em busca de restos e sobrevivem como dejetos são VIVOS?

Inspire e responda você mesmo a esta pergunta.

O sentido da HUMANIDADE foi esquecido.

O sentimento da VIDA está falecido.

images7

Na bondade dos meus dias, observo o visível para tocar no invisível,

Faço de minhas extremidades fios condutores da natureza.

Onde foi parar sua PUREZA?

Enlouqueço com os lúcidos transitórios do planeta,

que só pensam em PICA e BUCETA.

Enlouqueço com os ratos do sistema,

que quanto mais enriquecem,

mais trazem problemas.

Enlouqueço com a bondade disfarçada,

que quando as máscaras caem,

não sobra NADA.

 images3

Na bondade dos meus dias, minha pele se arrepia,

meus cabelos se embaraçam,

me chamam de LOUCA porque sei o que faço.

Duro é compreender que o louco não nasceu para entender.

O louco está sempre buscando CRESCER...

Crescimento IMATERIAL é a minha busca,

se você ainda não entendeu,

SINTO MUITO

mas eu não tenho culpa!

E se queres ser LOUCO?

Vai precisar nascer de novo,

se conscientizar que você não foi gerado

como um OVO.

Se quebre

Se derrame

Se liberte

Viva a nova ERA...

E não pense que é só abrir a janela,

VOCÊ terá que se atirar dela...

POWWWWWWWWWWW”

(JULIETA MENEZES)